A perimenopausa é um período que antecede a menopausa e pode durar alguns anos. Ela é caracterizada pela oscilação e declínio na produção dos hormônios ovarianos - estrogênio, progesterona e testosterona -, o que leva a sintomas físicos e emocionais, que causam desconforto na vida das mulheres.
Algumas mulheres começam a notá-la ainda aos 30, outras aos 40… Em cerca de 75% delas, os sinais da perimenopausa não passam despercebidos.
E por que devemos nos preocupar com a perimenopausa?
Para quem sofre com os sintomas dessa fase, a qualidade de vida pode ser bastante prejudicada. Há ainda um aumento do risco de doenças normalmente associadas à menopausa.
Vale lembrar que a ovulação ainda acontece, mesmo que irregular. Ou seja, há possibilidade de gravidez, mesmo que menos frequente e possa ser considerada de risco.
Com o aumento da expectativa de vida, a mulher passa em torno de um terço de sua vida entre perimenopausa, menopausa e pós-menopausa. Por isso, é fundamental prevenir os riscos e controlar os efeitos associados a essas transformações, como forma de assegurar saúde e qualidade de vida por muitos anos.
Afinal, como identificar a perimenopausa e lidar com ela? Siga a leitura, que eu explico!
Quando começa a perimenopausa?
A perimenopausa é considerada a fase de transição para a menopausa. Os sintomas podem surgir, mesmo que de forma leve, cerca de 10 anos antes da menopausa. No entanto, é em torno de 5 anos até o fim do período reprodutivo, que os sinais ficam mais evidentes.
E quais os sintomas da perimenopausa?
Os sintomas variam de mulher para mulher, bem como sua intensidade. Pode ocorrer:
Irregularidade no ciclo menstrual e fluxo intenso
Ressecamento vaginal
Aumento da sensibilidade nas mamas
Alterações no peso
Fogachos (ondas de calor)
Insônia e sudorese noturna
Inchaço corporal
Incontinência urinária
Pele seca e queda de cabelo
Fadiga e falta de disposição
Alterações de humor, incluindo estresse, irritabilidade, angústia e depressão
Déficit de memória e de concentração
Declínio ou perda do interesse sexual
Dificuldade para engravidar
Quais os riscos para a saúde da mulher?
O declínio hormonal afeta a saúde física, mental e emocional da mulher. Todos os sintomas relacionados acima afetam o bem-estar e devem ser tratados. No entanto, gosto de destacar alguns deles, pois podem trazer consequências graves à saúde feminina:
Aumento do risco de osteoporose e de doenças cardiovasculares
Maior risco de obesidade
Dificuldade de manter e ganhar massa muscular
Depressão
Como é o diagnóstico da perimenopausa?
Se você já começou a perceber sinais da perimenopausa, o mais indicado é consultar seu médico de confiança para uma avaliação. O diagnóstico normalmente é clínico, a partir da análise dos sintomas e exames laboratoriais complementares.
É possível aliviar os sintomas e reduzir os riscos de doenças?
Sim!! Como comentei no início do texto, isso é viável e fundamental, já que as mulheres vivem muitos anos nessa fase!
A partir da anamnese médica é possível traçar um protocolo para cada caso. De maneira geral, adotar hábitos saudáveis de vida é o primeiro passo.
É preciso focar em uma dieta rica em alimentos naturais, em proteínas, fibras, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais, e limitada em carboidratos, principalmente, os refinados. Dessa forma, será mais fácil você manter o equilíbrio entre músculos e gordura no corpo, além do colesterol e glicose adequados.
A suplementação de nutrientes é importante quando são detectadas deficiências nutricionais. Esse tratamento também auxilia na otimização do metabolismo, na redução da inflamação corporal, da resistência insulínica, entre outros processos danosos à saúde.
A prática regular de exercícios, inclusive os de força (musculação, por exemplo) é recomendada, para ajudar na manutenção do peso e prevenir a sarcopenia (perda progressiva de músculos). Também é uma ótima válvula de escape para o estresse, e contribui para produção de neurotransmissores do bem-estar.
De acordo com seu histórico familiar e exames de sangue, seu médico pode julgar necessário investigar a saúde dos seus ossos e o risco aumentado para osteoporose. Usualmente, a densitometria óssea é o exame indicado para isso.
A reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal é uma alternativa no controle dos sintomas, na melhora da saúde e da qualidade de vida feminina. Atualmente, ela pode ser feita por meio de hormônios isomoleculares.
O procedimento considerado mais moderno, seguro e eficaz para essa reposição são os implantes hormonais. Eles são elaborados conforme a individualidade de cada paciente, para suprir as necessidades provocadas pelo declínio de estrogênio, progesterona e testosterona.
A indicação da reposição hormonal deve ser feita a partir da análise dos riscos x benefícios, em conjunto entre médico e paciente. Nem todas as mulheres podem fazer esse tipo de tratamento, pois existem contraindicações para alguns casos. Por isso, a avaliação de seu médico de confiança é muito importante!
Medicamentos associados
É possível, também, incluir no tratamento compostos não hormonais, fitoterápicos, medicamentos que atuam sobre os fogachos e outros sintomas. Em último caso, os antidepressivos (que atuam via serotonina, noradrenalina e a gabapentina) podem ser indicados.
E o meu alerta de sempre: nunca recorra a qualquer medicamento, mesmo que fitoterápico ou homeopático, sem orientação e acompanhamento médico.
Às vezes, nossa rotina atribulada, problemas pessoas e o estresse do trabalho nos levam a confundir e até negligenciar sinais que o corpo nos mostra. Assim, buscamos saídas mais rápidas, a indicação de uma amiga… Isso é um risco para sua saúde!
Minha recomendação é que você fique atenta aos primeiros sintomas da perimenopausa. Quanto antes essa fase for identificada, melhores as chances de controlar os desconfortos e os riscos de doenças, de melhorar sua qualidade de vida e recuperar sua autoestima!
Estou sempre à disposição para esclarecer dúvidas. Deixe sua pergunta nos comentários ou entre em contato comigo!
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