Cada mulher experimenta a perimenopausa e a menopausa de maneira única, com sintomas e dúvidas bastante individuais.
Eu listei aqui, as 10 perguntas e respostas que eu mais recebo sobre essa fase. Tenho certeza de que muitas delas vão te ajudar a entender melhor e a enfrentar a menopausa com muito mais saúde e leveza!
1. Qual é a diferença entre perimenopausa e menopausa?
A perimenopausa é o período que antecede a menopausa e pode durar anos. Em algumas mulheres, pode durar uma década. Nessa fase, os níveis hormonais de estrogênio e progesterona já começam a oscilar, causando o início de alguns sintomas.
Já a menopausa é um marco, uma “data de aniversário”, celebrada quando a mulher completa 12 meses consecutivos sem menstruar, marcando assim o fim do seu ciclo reprodutivo.
2. Quais são os sintomas comuns da perimenopausa?
Nem todas as mulheres sentirão os mesmos sintomas e com a mesma intensidade. São mais de 70 sintomas associados à perimenopausa, sendo os mais comuns:
Irregularidades menstruais;
Ondas de calor e suores noturnos;
Névoa mental, piora da memória e do raciocínio,
Insônia ou dificuldade para dormir;
Secura vaginal;
Diminuição da libido;
Fadiga e perda de vitalidade;
Aumento da gordura abdominal;
Perda de massa muscular;
Melancolia, irritabilidade, ansiedade e depressão;
Piora da qualidade da pele, dos cabelos e unhas.
Esses sintomas tendem a mudar ou evoluir com o declínio hormonal. Na pós-menopausa há ainda um aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes, sarcopenia, demências e osteoporose.
3. Em que idade a perimenopausa geralmente começa?
Como disse anteriormente, em algumas mulheres a perimenopausa pode começar até 10 anos antes de a menopausa chegar. Geralmente, ela começa entre os 40 e 50 anos. Algumas mulheres podem notar os primeiros sinais já no final dos 30 anos.
Já a menopausa costuma chegar entre os 45 e 55 anos. Em média, as brasileiras entram na menopausa aos 48 anos.
4. É possível engravidar durante a perimenopausa?
Sim, é possível engravidar durante a perimenopausa, pois ainda podem ocorrer ovulações, mesmo que irregulares. Se a gravidez não for desejada, é importante continuar usando métodos contraceptivos até a confirmação da menopausa.
5. O que é menopausa precoce?
A menopausa precoce ocorre quando a interrupção dos ciclos menstruais e o fim da função ovariana acontecem antes dos 40 anos. Isso pode ser causado por fatores genéticos, doenças autoimunes, tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, ou mesmo sem uma causa identificável.
Mulheres que enfrentam a menopausa precoce podem apresentar sintomas mais intensos e um risco aumentado das doenças típicas dessa fase, como osteoporose e doenças cardiovasculares, sendo essencial o acompanhamento médico.
6. Quais são os tratamentos disponíveis para os sintomas da menopausa?
Os tratamentos para os sintomas da menopausa incluem:
Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
Um dos tratamentos mais eficazes para os sintomas da perimenopausa e da menopausa, capaz de devolver a qualidade de vida para a mulher e controlar o risco de doenças.
É uma terapia que deve ser avaliada de forma individualizada, pois não é indicada para todas as mulheres.
Lubrificantes vaginais e hidratantes
Para aliviar o desconforto diário e durante as relações sexuais.
Suplementos
Suplementos para a menopausa ajudam a preservar a saúde óssea, no equilíbrio metabólico, do estresse oxidativo e do envelhecimento celular acelerado, além dos sintomas como fogachos, distúrbios cognitivos e de humor.
São exemplos:
Triptofano;
Magnésio;
Cálcio e Vitaminas K2 e D;
Ômega 3;
Vitaminas B12, E e C;
Resveratrol;
Fitoestrógenos;
Probióticos.
Exercícios físicos e dieta equilibrada
Fundamentais para melhorar o bem-estar geral, manter o peso e um percentual de massa muscular adequados.
7. A terapia de reposição hormonal é indicada para todas as mulheres?
Não, a TRH não é indicada para todas as mulheres. Ela deve ser avaliada caso a caso por um médico, especialmente em mulheres com histórico de câncer de mama, doenças cardiovasculares ou trombose. Há alternativas para aquelas que não podem utilizar hormônios.
8. Quais as doenças mais comuns na menopausa?
O declínio na produção hormonal está associado a um risco aumentado de:
Osteoporose (perda de densidade óssea e maior risco de fraturas);
Sarcopenia (perda de massa muscular, que compromete a mobilidade, a independência e aumenta as dores crônicas);
Doenças cardiovasculares;
Obesidade;
Depressão;
Doença de Alzheimer;
Diabetes.
9. Como é a reposição hormonal com implante?
O implante hormonal é uma terapia de reposição hormonal fisiológica, ou seja, que busca repor a deficiência hormonal da mulher nos níveis originais do seu organismo.
É um método individualizado, que garante um fluxo hormonal gradual e contínuo, evitando a "montanha-russa emocional", típica de outras vias (oral, vaginal e transdérmica). Ele permite associar os hormônios mais indicados para a mulher, naquele momento, na dosagem específica.
É uma alternativa prática, pois elimina a necessidade do uso diário de comprimidos e cremes.
10. Quando começar a reposição hormonal?
Muita gente se engana, achando que a reposição hormonal deve ser iniciada quando a menopausa chega. O ideal é que ela seja iniciada, se não houver contraindicações, no momento em que a mulher começa a vivenciar sintomas, ou seja, na perimenopausa.
Esse cuidado garantirá uma transição menopausal muito mais suave, controlando sintomas. Além é claro, evitar um aumento no risco de doenças cardiovasculares, diabetes, perda cognitiva, ganho de peso e outras consequências do declínio hormonal, que comprometem a saúde e a qualidade de vida da mulher.
11. Teste de farmácia para detectar menopausa funciona?
Os testes de farmácia para detectar a menopausa medem os níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante) na urina, que geralmente aumentam durante a transição para a menopausa.
Esses testes podem ser úteis como uma ferramenta inicial, especialmente para mulheres entre 45 e 55 anos com sintomas de perimenopausa. No entanto, eles têm limitações, já que os níveis de FSH podem variar bastante durante a perimenopausa e podem ser influenciados por outros fatores não relacionados à menopausa.
Embora práticos, os testes de farmácia não substituem a avaliação médica completa. Eles não analisam outros hormônios importantes, como estrogênio e progesterona, nem levam em conta o conjunto de sintomas apresentados.
12. Menopausa aumenta o risco ou piora doenças autoimunes?
Sim, a menopausa pode aumentar o risco de doenças autoimunes ou agravar condições já existentes.
Durante a menopausa, ocorre uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona, hormônios que possuem propriedades imunomoduladoras. Essas alterações hormonais podem desregular o sistema imunológico, contribuindo para o surgimento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus, ou para a piora de sintomas em mulheres que já convivem com essas condições.
Além disso, o envelhecimento natural também impacta o sistema imunológico, reduzindo a capacidade do corpo de controlar processos inflamatórios.
Um outro cuidado é não confundir a perimenopausa com a presença de doenças autoimunes que podem ter sintomas semelhantes, como o hipotireoidismo.
Conclusão
A perimenopausa e a menopausa são fases que podem trazer desafios, mas com as informações e os cuidados adequados, é possível enfrentá-las com mais tranquilidade e bem-estar.
Se tiver dúvidas ou sintomas, procure orientação médica para encontrar o melhor tratamento para o seu caso.
Entre em contato para eu te orientar ;)
Até a próxima!
Dra. Thaísa Bramusse
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